domingo, 19 de setembro de 2010

Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes: o que mudou



As medidas recentemente anunciadas pelo Ministério da Saúde são benéficas para a atividade de transplante e doação. Focando-se na área da infância e da adolescência, a prioridade em receber órgãos de doadores das mesmas faixas etárias e a permissão do ingresso em lista quando apresentem insuficiência renal crônica final antes de iniciar diálise, são ações justas. 

Podem-se enumerar os seguintes motivos que proporcionarão benefícios imediatos no caso dos transplantes renais:

. a concordância do tamanho do órgão entre doador e receptor proporciona função renal mais adequada;

. crianças não devem receber rins de doadores com mais de 55 anos e portanto não concorrerão com adultos nessa situação;

. rins de um doador menor que cinco anos favorecem duas crianças; se fossem alocados para um adulto deveriam ser implantados em bloco para um único receptor;

. o tratamento dialítico não é bem tolerado por crianças e adolescentes, ocorrendo frequenemente deficiência de desenvolvimento pondero-estrutural e cognitivo. Nesta faixa etária existem algumas dificuldades técnicas, tanto no acesso como na aceitação e entendimento da terapia dialítica por parte destes pacientes;



. o transplante renal realizado pré-diálise tem melhores resultados;

. o Estatuto da Criança e do Adolescente dá prioridade em todos os tratamentos para este grupo de pacientes;

. Crianças são minoria na lista de espera de rim, número inferior a 8%. A conseqüência para um adulto que está em lista de espera para transplante renal, utilizando-se este critério de alocação, é de um retardo de apenas três meses, conforme estudo realizado em São Paulo ( Pediatric Transplantation 2004: 8:502-506)

O que mudou com o novo Regulamento Técnico foram os seguintes tópicos:



. Doadores que tenham alguma doença transmissível passam a poder doar para pacientes que tenham a mesma enfermidade

. a ficha do paciente deve estar sempre atualizada

. pessoas baixo de 18 anos passaram a ter prioridade para receber órgãos de doadores da mesma faixa etária

. todas as crianças e adolescentes passaram a ter direito a se inscrever na lista para um transplante de rim antes de entrar na fase terminal da doença renal crônica e de ter indicação para diálise

. criação de organizações de procura de órgãos

. a doação intervivos de doador não aparentado passa a precisar de autorização de uma comissão de ética formada por funcionários dos hospitais.

Resultados oferecem esperança de que os cientistas consigam acelerar a busca por genes responsáveis por muitas doenças raras



Método inovador de análise identifica gene de doença renal hereditária


Uma equipe de investigação da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, identificou, graças a um novo método rápido de análise genética, um gene responsável em algumas famílias pela hereditariedade de uma desordem renal devastadora. O sucesso oferece esperança de que os cientistas consigam acelerar a busca meticulosa por genes responsáveis por muitas doenças raras e testem medicamentos para tratá-las.


A equipe de pesquisa internacional colaborou com duas empresas para testar a capacidade da tecnologia emergente, a fim de isolar o gene culpado em famílias com doenças renais hereditárias de um único gene.


"Nós somos uma das equipes de pesquisa pioneiras a tomar essa tecnologia e levar adiante a identificação de genes individuais", disse o autor sênior Friedhelm Hildebrandt. "Para nós, é um grande salto detro da genética."


O pesquisador e seus colegas combinaram a captura do exome com um método ultra-rápido de análise de dados chamado de processamento massivamente paralelo para identificar um gene envolvido em uma família de doenças renais cística congênita, ou NPHP-RC. Tomados em conjunto, esses transtornos da ciliopatia são as doenças renais genéticas causadas mais frequentemente nas primeiros três décadas de vida.


Os resultados do estudo significam que a equipe Hildebrandt e outros pesquisadores têm agora uma forma eficiente de identificar genes ainda não descobertos, envolvidos em distúrbios NPHP-RC.


O objetivo de Hildebrandt é identificar os genes responsáveis por estas ciliopatias e encontrar terapias para prevenir ou reverter seus efeitos.


Hildebrandt usou uma combinação de estratégias de análise genética para acelerar a pesquisa sobre o gene defeituoso em 10 famílias com NPHP-RC.



No núcleo da célula, os exons, conhecidos coletivamente como os exomes, são cadeias de nucleotídeos, ou compostos básicos que compõem o DNA, que deixam o núcleo e produzem proteínas vitais para os processos do corpo. O RNA mensageiro leva exons para fora do núcleo, enquanto outros materiais genéticos chamados íntrons ficam para trás. Capturar e analisar apenas os exons, como o novo método possibilita, acelerou a pesquisa genética.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Diabéticos e hipertensos ignoram riscos de doença renal crônica


Apenas quatro em cada 10 brasileiros com diabetes ou hipertensão
passaram pelo exame que avalia a função dos rins. Tais pacientes fazem
parte do grupo de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica
(DRC).
A pesquisa encomendada pela Roche com apoio da Fundação Pró-Renal e
conduzida pelo Instituto Datafolha mostrou que estes pacientes, mesmo
sabendo dos fatores de risco que apresentam, não atentam aos demais
complicadores da doença e desconhecem o fato de já conviverem com
certo grau de insuficiência renal.
O Instituto Datafolha ouviu 2.110 pessoas, a partir dos 16 anos, em
150 municípios brasileiros. A média de idade de amostragem foi de 38
anos e a distribuição por sexo foi de 49% homens e 51% mulheres. Do
total de entrevistados, 8% disseram ter diabetes, enquanto 20%
afirmaram sofrer de hipertensão. Pacientes que apresentam as duas
doenças somaram 5% dos participantes da pesquisa.
Os números revelam uma constatação de alerta ao sistema de saúde. A
incidência de diabetes e hipertensão vem crescendo, principalmente,
pelos hábitos de vida pouco saudáveis , afirma Miguel Riella,
nefrologista e presidente da Fundação Pró-Renal.
Ainda de acordo com o especialista, o número de pessoas suscetíveis à
doença renal crônica também tende a ser maior. O agravante é que, se
os pacientes não costumam checar as condições da função renal, mais
tardio será o diagnóstico e mais grave será o estágio da doença .
Entre as atividades desempenhadas pelos rins, estão a eliminação de
toxinas do sangue, a regulação da pressão sanguínea e o controle do
balanço químico e de líquidos do corpo.
As conseqüências da DRC
Estatísticas mundiais mostram que mais de 500 milhões de pessoas têm
algum grau de DRC. Estes pacientes sofrem com uma deterioração da
função renal que pode durar por anos, até que a terapia para
substituição do rim seja necessária.
Quando a falência dos órgãos é detectada, as pessoas não conseguem
secretar eritropoietina, hormônio produzido pelos rins que estimula a
fabricação de glóbulos vermelhos na medula óssea. O resultado é a
anemia, diagnosticada pelo exame que mede os níveis de hemoglobina.
A anemia não é conseqüência apenas para os pacientes com estágios
avançados da DRC. Ela acomete os pacientes já no início da doença e se
torna cada vez mais presente, conforme a perda progressiva das funções
renais. Dados apontam que 95% dos pacientes com doença renal crônica
que precisam passar por diálise (procedimento que faz a filtração do
sangue) apresentam um quadro de anemia crônica.
Mesmo em tratamento, esses pacientes têm variações nos níveis de
hemoglobina, o que aumenta o risco de hospitalização e de doenças
fatais, como a falência do coração. A correção do quadro e
estabilização dos níveis de hemoglobina são aspectos fundamentais para
a qualidade de vida das pessoas que sofrem de DRC.

Texto disponível em:
http://minhavida.uol.com.br/conteudo/3033-Diabeticos-e-hipertensos-ignoram-riscos-de-doenca-renal-cronica.htm

sábado, 11 de setembro de 2010

Vivências

O fato de termos uma doença crônica não nos faz piores que outras pessoas, precisamos aprender a olhar de outra maneira para a doença, entendê-la, aprender a lidar com ela, com as limitações impostas e tirar dos desafios boas lições para a vida.

Por que achar que somos diferentes?  Não tenho mais o corpo que eu tinha antes, meu cabelo não é mais tão brilhoso, não tenho mais tanta disposição, não jogo mais basket, não bebo, não passo a noite acordada em festas, tantas coisas, não posso passar o dia na praia por causa do sol, mas...

Descobri novos prazeres, novas atividades, novas formas de felicidade.  Descobri novas amizades, alimentos saborosos, a amizade do meu pai, o prazer em família que já existia, mas ficou muito melhor, descobri a hidroginástica, o tai chi chuan, o vegetarianismo, descobri a amizade descompromissada, porque a verdade é que na dificuldade são poucos os que ficam do nosso lado, descobri a religião, o trabalho pastoral, descobri que não precisava desistir de tudo por causa do lupus e da hemodialise e assim pude me formar e hoje me orgulho de ter meu mestrado em história. Ainda planejo meu Doutorado e muitas outras coisas...

O rim é o unico órgão que pode ser substituido por uma máquina, por isso por mais difícil que seja a rotina da hemodiálise, agradeço todos os dias o fato de estar lá durante 4 horas, junto com os demais colegas, jogando conversa fora, com as auxiliares, porque ali estamos todos no mesmo barco.  
O braço alterado por causa das sessões não pode ser motivo de incomodo e vergonha, mas de alegria, uma fístula boa precisa se desenvolver, para a diálise também ser boa. Vaidade é só um detalhe, porque o importante é o cuidado para que aquele bracinho feinho se conserve por muito tempo com uma fístula em pleno funcionamento.

Espero pelo transplante com fé e esperança!

Desejo a todos um ótimo domingo com muita paz no coração!
Beijos
Isa Paula

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Saúde deve liberar R$200 milhões para serviços de hemodiálise

10/09/2010  http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/09/saude-deve-liberar-r-200-milhoes-para-servicos-de-hemodialise.html

Cerca de 70 mil doentes renais atendidos pelo SUS podem ser beneficiados.
Ministério realizou estudo técnico antes de definir reajuste.
O Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 200 milhões para os serviços de hemodiálise. 



O valor deve ser liberado depois da publicação de uma portaria, na semana que vem. Deve haver reajuste de 7,5% no valor das sessões de hemodiálise e a ampliação da oferta de serviços na rede pública. De acordo com o governo Federal, cerca de 70 mil doentes renais atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão beneficiados.
O índice do reajuste foi definido depois de negociações com entidades representativas do setor e após estudo técnico realizado pelo ministério. Foram feitas consultas a clínicas que estão habilitadas para oferecer serviços de hemodiálise por meio do SUS. Por meio de questionário, os profissionais avaliaram aspectos gerais dos serviços (como tamanho, localidade, instalações e equipamentos) e o custo com recursos humanos.
O aumento será aplicado em quatro procedimentos.Esse levantamento faz parte de um grande estudo sobre o setor, que deve ser concluído até o fim do ano.O ministério informa que, em 2009, investiu R$ 1,6 bilhão nos serviços de hemodiálise pelo SUS -- o que significa acréscimo de 141% em relação a 2001. A rede pública conta com cerca de 630 serviços habilitados para o atendimento a doentes renais, em todos os estados e no Distrito Federal.

Lúpus, uma doença quase desconhecida

Clarice Monteiro – REPÓRTER




Manchas avermelhadas na pele, febre prolongada, fraqueza, dores ou inchaço nas articulações, cansaço, perda de peso. Queixas generalizadas como essas de pessoas que procuram médicos podem caracterizar uma virose ou uma infecção. O que muitos desconhecem é que podem indicar o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como Lúpus, uma doença reumática autoimune em que o organismo agride o próprio corpo.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, apesar de não existirem estudos epidemiológicos sobre o Lúpus, estima-se que existam de 16 a 80 mil casos da doença no Brasil. Estudos realizados nos Estados Unidos mostram uma prevalência de LES de um caso para cada 10 mil habitantes.
Diferente da concepção comum, a LES não atinge apenas ossos e articulações, mas pode comprometer vasos sanguíneos, cérebro, pulmão, coração e, em casos extremos, pode levar à morte.
A patologia, até há pouco tempo tida como rara pela falta de conhecimento sobre seus sintomas e dificuldade do diagnóstico, está se tornando mais conhecida – seja pela influência de celebridades, como a cantora Lady Gaga, que admitiu recentemente ter Lúpus ou pelos avanços na medicina e maior disponibilização de informações na rede.
Ainda assim, segundo o reumatologista Carmo de Freitas, outros avanços precisam acontecer. “Sabemos das alterações provocadas pela doença, mas não o gatilho, a causa. Existe um fator genético, mas não dá para afirmar que a pessoa vai desenvolver, por ter gene. Outra questão é a falta de constância nos tratamentos. As pessoas começam e, quando melhoram, param de tomar a medicação. É preciso entender que é doença crônica, não tem cura, mas pode ser controlada”, afirmou.

Doença manifesta-se em mulheres

Valter de Paula
A manicure Lázara Vilela, que convive com Lúpus há 26 anos, já teve até alunicações

O Lúpus acomete preferencialmente mulheres jovens, embora possa ocorrer em qualquer idade. A doença é mais frequente entre os 20 e 45 anos, com maior incidência por volta dos 30 anos, e afeta 12 vezes mais o sexo feminino do que o masculino.
Na manicure Lázara Vilela da Silva, hoje com 39 anos, a doença começou a se manifestar por volta dos 13 anos. Ela sentia dores nos joelhos, dedos das mãos e dos pés. Tratadas com anti-inflamatórios, as dores cessavam, mas voltavam periodicamente. Aos 20 anos, devido a uma complicação pulmonar, Lázara saiu de Araxá, onde morava, para buscar tratamento em Uberlândia, onde ficou internada por cerca de dois meses, até descobrir que tinha a doença. “Quando falaram em Lúpus, nem sabia o que era isso. Depois que fui me informando”, disse.
“Tudo o que eu tive não deixou sequela, hoje levo uma vida normal. Mas conheço pessoas que hoje têm doença renal, tiveram que passar por transplante. Tenho só a agradecer.”

Entre os sintomas, há alucinações

O tratamento da doença Lúpus varia de acordo com as manifestações apresentadas em cada paciente. Segundo o reumatologista Carmo de Freitas, são utilizados antimaláricos, anti-inflamatórios, corticoesteroides e drogas imunossupressoras. “Há pacientes que respondem bem, quase sem medicação. Em outros, independente do bom tratamento, a doença evolui”, afirmou.
No caso da manicure Lázara Vilela, a doença atacou o cérebro, em 2007, desencadeando uma psicose lúpica. “Fiquei mal, tive alucinações e depois vasculite, com lesões na pele, nas mãos”, afirmou. Para voltar a se estabilizar, a manicure ficou internada por 45 dias, tomou uma série de medicações e teve que fazer acompanhamento psiquiátrico e neurológico por cerca de um ano e meio.
“Enfrentei preconceito quando fiquei careca, as unhas da mão caíram, as pessoas olhavam, mas não dei moral. Tem é que seguir o tratamento à risca, passar protetor solar, viver de forma saudável e ocupar o tempo, para não ficar pensando na doença. Tem muito a ver com o psicológico”, disse.
A manicure retorna ao médico de três em três meses, para dar continuidade ao tratamento.
Há dificuldades de diagnóstico

Divulgação
Francieli Ribeiro e a tia, Ester Maria, que morreu aos 40 anos, em decorrência de Lúpus, sem perceber os sintomas

Os sintomas que se manifestam pelo corpo todo dificultam o diagnóstico da doença Lúpus. “É difícil caracterizar a doença no início. As manchas vermelhas no rosto são fáceis, mas nem todos os pacientes apresentam. Há casos em que a pessoa procura médicos porque tem mudança radical de comportamento, nem sempre é identificado Lúpus, comprometendo o sistema neurológico”, afirmou o reumatologista Carmo de Freitas.

A demora no diagnóstico pode ser fatal. É o que comprovou a esteticista Francieli Ribeiro de Oliveira, de 21 anos. Segundo ela, a tia Ester Maria Ribeiro faleceu aos 40 anos com suspeita de Lúpus. Ela teria começado a perceber manchas avermelhadas acima da sobrancelha por volta dos 32 anos, tinha febres altas e cólicas renais com frequência. “Por ter pedra nos rins, ela tomava Buscopan, chás recomendados por avós, mas as dores sempre voltavam”, afirmou a sobrinha.
Em uma das crises, Ester foi para o hospital com 42 graus de febre e ficou internada por dois dias. Constataram que era uma infecção provocada por uma bactéria. “Depois, ela emagreceu, as manchas ao redor da orelha se intensificaram, até que em dezembro ela teve outra crise e não conseguia respirar. Foi para hospital, à noite, teve parada cardíaca e faleceu. Naquele mesmo dia, à tarde, ligaram  avisando que podia ser Lúpus, mas já era tarde.”

Saiba mais 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Sintomas
- Lesões de pele avermelhada nas maças do rosto e dorso do nariz (asa de boboleta). Também nos antebraços e região do decote. Frequentemente pioram após tomar sol.
- Dor e inchaço nas articulações.
-Inflamação de pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e o coração.
- Inflamação no rim (nefrite) ocorre em cerca de 50% dos casos.
- Diminuição de glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos (leucopenia), dos linfócitos (linfopenia) ou de plaquetas (plaquetopenia).
- Inflamações no cérebro, causando convulsões, alterações do comportamento (psicose) ou do nível de consciência; e também quadros de comprometimento de nervos periféricos.
- Inflamações de pequenos vasos que causam lesões avermelhadas e dolorosas na palma de mãos, planta de pés, no céu da boca ou em membros (braços e pernas).
- Febre (sem sinais ou confirmação de infecção), emagrecimento e fraqueza
- Sintomas oculares, aumento do fígado, baço e gânglios também podem ocorrer em fase ativa da doença.

Cuidados

- Evitar exposição à luz solar e outras formas de radiação ultravioleta
- Evitar o uso de anticoncepcionais e estrógenos
- Evitar a gravidez em fase ativa da doença 
- Controlar o estresse
- Manter a constância no tratamento


Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia

Lúpus



Remédio para reduzir efeitos do lúpus será testado em humanos


PARIS, 1 Set 2010 (AFP) -O clopidogrel, um medicamento cardiológico, testado em camundongos afetados por graves formas de lúpus - uma doença de origem desconhecida e frequente na América do Sul, inclusive no Brasil -, melhorou as condições de saúde das cobaias e prolongou significativamente sua expectativa de vida, segundo pesquisas que devem produzir um teste clínico humano em 2011 na França.

A doença, que afeta uma população jovem, especialmente mulheres em idade reprodutiva, se manifesta geralmente por dores articulares intensas, lesões cutâneas no rosto e problemas renais mais ou menos severos, mas também pode afetar outros órgãos, como o cérebro ou o coração.
Médicos e cientistas franceses, cujos trabalhos foram publicados esta quarta-feira na revista científica americana Science Translational Medicine, acabam de demonstrar que este tipo de medicamento tem efeitos muito interessantes no tratamento da doença, conhecida como lúpus eritematoso sistêmico (LES).
O clopridogrel faz parte, assim como a aspirina, da família de medicamentos antiplaquetários, que ajudam a prevenir a formação de coágulos perigosos. Ele é prescrito para reduzir o risco de crise cardíaca (infarto) ou acidente vascular cerebral (AVC).
"A doença afeta uma pessoa em cada 10.000 e 9 mulheres para cada homem" e "se apresenta com frequência na Ásia, na América do Sul (Brasil...), no México e nas Antilhas", disse o professor Patrick Blanco, especialista em imunologia (CHU de Bordeaux, França).
O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, o organismo ataca algumas de suas partes como se fosse um elemento estranho.
Os tratamentos disponíveis para as formas graves (corticóides, imunosupressores...) são apenas paliativos.
BC/jca/mvv/LR

terça-feira, 7 de setembro de 2010

ORIENTAÇÕES PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL - ABC da Saúde

ORIENTAÇÕES PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL - ABC da Saúde

Alimentos ricos em Fósforo

Fósforo
Os alimentos ricos em fósforo devem ser ingeridos moderadamente. Os alimentos que devem ser evitados são: amêndoa, amendoim, aveia, bacalhau, cacau em pó, castanha de cajú, farinha de soja, feijão, gema de ovo, germen de trigo, leite desidratado, chocolate, bacalhau e peixes salgados, sardinha em conserva, alguns tipos de queijo, alimentos desidratados ou salgados em geral. 

Se o médico lhe recomendar atenção e cuidado com o fósforo, procure evitar esses alimentos e solicite medicação para diminuí-lo no sangue.

É importante retirar o excesso de fósforo do organismo para evitar que, junto com a hipocalcemia, provoque e acentue as lesões ósseas. Quando há excesso de fósforo no sangue, o paciente se queixa de muita coceira pelo corpo todo.
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?500

Frutas e Hortaliças

Exemplos de frutas com menos potássio: 

  • Abacaxi
  • Acerola
  • Ameixa fresca
  • Lima da pérsia
  • Limão
  • Maçã
  • Manga espada
  • Melancia (tem muita água)
  • Morango
  • Pêra
Pergunte ao seu nutricionista a quantidade que você pode consumir!

Exemplos de frutas com muito potássio:
  • Abacate
  • Açaí
  • Água-de-coco
  • Banana
  • Damasco
  • Figo
  • Ata
  • Goiaba
  • Graviola
  • Jaca
  • Kiwi
  • Laranja
  • Mamão
  • Maracujá
  • Melão
  • Tangerina
  • Nectarina
  • Uva
Lembre-se que suco sempre tem mais potássio que a fruta! Converse com a sua nutricionista sobre as frutas mais acessíveis na sua região.

Carambola é tóxica para quem tem doença renal!

Hortaliças

Não é indicado o consumo de hortaliças cruas livremente. Elas contêm muito potássio. Consuma este vegetais crus, mas em pequena quantidade: 
  • Alface
  • Agrião
  • Cenoura
  • Escarola
  • Pepino
  • Pimentão
  • Repolho
  • Tomate
Estes abaixo, podem ser consumidos livremente desde que descascados, picados e fervendo em bastante água. Depois, escorra a água, troque-a e prepare-os normalmente. Evite cozimento a vapor. Veja abaixo os vegetais que podem ser consumidos cozidos na água:
  • Jerimum
  • Abobrinha
  • Acelga
  • Batata
  • Beringela
  • Beterraba
  • Brócolis
  • Chuchu
  • Couve-Flor
  • Couve-manteiga
  • Espinafre
  • Mandioca
  • Quiabo
  • Vagem.
Nunca use a água do cozimento dos vegetais. Outros alimentos que têm muito potássio:
  • Feijão (colocar o feijão de molho e trocar a água quando cozinhar)
  • Ervilha
  • Grão-de-bico
  • soja
  • coco
  • uva passa
  • ameixa seca
  • nozes
  • avelã
  • amendoim
  • suco de frutas
  • extrato de tomate
  • café solúvel
Fonte: Boletim Informativo da Diálise, n 1, 2010.
Mariana Rodrigues - Nutricionista da Clinutre

Alimentação para pessoas com doença renal crônica

Comer de forma equilibrada, reduzir ou eliminar o sal da dieta e controlar o consumo de líquidos não é tarefa fácil para quem tem problema renal crônico e necessita dialisar.  A maior parte de água que eliminamos do nosso corpo, cerca de 90% é através dos rins e somente 10% é pela respiração, pele e fezes. Por isso, quem urina pouco ou não urina, vai acumulá-la, aumentando o ganho de peso entre as sessões de diálise.

O sal é um dos maiores inimigos do paciente renal. É possível acostumar-se a comer sem sal ou com pouco sal, desde que aprendamos a utilizar no nosso cardápio temperos como: alho, pimenta, páprica, salsa, cheiro verde, cebola, azeite de oliva, vinagre, etc. Sua nutricionista pode lhe orientar sobre isso. 

As proteínas são indispensáveis na sua dieta e não devem ser eliminadas sem orientação do profissional nutricionista.

O fósforo está nas proteínas, mas também pode está contido em aditivos e conservantes de alguns alimentos industrializados. Deve ser consumido com controle.

O cálcio é importante na formação dos ossos e outras funções do organismo, mas para quem tem problema renal nem sempre ele é indicado. Use-o apenas quando prescrito pelo seu médico.

Em caso de diabetes, evitar açúcar ou alimentos que o contenha. Porém, não recomendamos retirá-lo da rotina alimentar, exceto em caso de sobrepeso ou obesidade.

Evite gorduras de origem animal como: bacon, toucinho, frituras, etc. Prefira a gordura do azeite de oliva que é um excelente alimento.

O potássio deve ser ingerido com cuidado, para quem tem doença renal ele pode ser um grande vilão. Ele está presente nos feijões, frutas e hortaliças. Escolha sempre frutas e hortaliças que tenham menos potássio e a água do feijão deve ser trocada.

As medicações também fazem parte dos cuidados diários dos pacientes com doenças renais. Não devem ser utilizados de forma incorreta e irregular. 

Fonte: Boletim Informativo da Diálise, n 1, 2010.
Mariana Rodrigues - Nutricionista da Clinutre

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Para minhas amigas lúpicas e colegas de hemodiálise



Felicidade


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,

Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,

Mas ser capaz de encontrar um oásis

No recôndito da sua alma.



É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica,

Mesmo que injusta.


Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou

Construir um castelo ...

(Fernando Pessoa)

Diálise

Os rins têm a função de eliminar substâncias tóxicas do organismo através da urina. Participam também da excreção de água e de sais minerais, do controle da acidez do sangue e da produção de hormônios. Quando os rins sofrem de alguma doença crônica que leve à perda de suas funções, dizemos que há insuficiência renal crônica. Isso pode ocorrer, por exemplo, em pacientes com hipertensão arterial (“pressão alta”) mal-controlada, diabetes mellitus de longa duração, glomerulonefrite crônica, rins policísticos, entre outras causas.
Se os rins estão muito doentes, deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, o paciente geralmente apresenta sintomas como fraqueza, perda de apetite, náuseas, vômitos, inchaços, palidez, falta de ar, anemia e alterações nos exames de sangue (aumento de ureia, creatinina, potássio, etc.). É preciso, então, substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é, portanto, um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Através da diálise, é possível melhorar os sintomas acima citados e reverter a situação de risco de vida imposta pela insuficiência renal.


Existem dois tipos de diálise: hemodiálise e diálise peritoneal.
hemodiálise vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina é necessário a colocação de um cateter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.

diálise peritoneal funciona de maneira diferente. Ao invés de utilizar um filtro artificial para “limpar” o sangue, é utilizado o peritônio, que é uma membrana localizada dentro do abdômen e que reveste os órgãos internos. Através da colocação de um cateter flexível no abdômen, é feita a infusão de um líquido semelhante a um soro na cavidade abdominal. Este líquido, que chamamos de banho de diálise, vai entrar em contato com o peritônio e por ele será feita a retirada das substâncias tóxicas do sangue. Após um período de permanência do banho de diálise na cavidade abdominal, este fica saturado de substâncias tóxicas, e é então retirado, sendo feita em seguida a infusão de novo banho de diálise. Esse processo é realizado de uma forma contínua, e é conhecido por CAPD, sigla em inglês que significa diálise peritoneal ambulatorial contínua. A diálise peritoneal é uma forma segura de tratamento realizada atualmente por mais de 100.000 pacientes no mundo todo.
A diálise peritoneal pode ser feita na própria casa do paciente, ou ainda no local de trabalho, já que o processo de troca do banho de diálise é feito pelo próprio paciente ou por algum familiar.
Na CAPD, conforme já mencionado, é feita a infusão do banho de diálise na cavidade abdominal. O banho vem armazenado em bolsas de material plástico flexível, que têm um sistema para conexão ao cateter abdominal. Após ser infundido, o líquido permanece por algumas horas dentro do abdômen do paciente, para então ser drenado. Após a drenagem, é feita nova infusão, e assim sucessivamente. Em geral, são feitas de 3 a 6 trocas de líquido ao longo do dia. No intervalo entre as trocas, o paciente pode realizar as suas atividades diárias normalmente. Apenas deve ter o cuidado de realizar as trocas em lugar limpo, e com cuidados de assepsia e técnica que serão orientados por uma equipe de enfermagem.
Existe, além do CAPD, uma outra forma de realizar a diálise peritoneal, conhecida por DPA, ou diálise peritoneal automática. Esta terapia funciona de forma semelhante à CAPD, ou seja, também se baseia na infusão e drenagem do banho de diálise na cavidade abdominal. Entretanto, ao invés das trocas serem efetuadas ao longo do dia, estas são realizadas à noite, enquanto o paciente está dormindo, de forma automática, com o auxílio de uma máquina conhecida como cicladora. A cicladora pode ser colocada à beira da cama do paciente, possibilitando desta forma, o tratamento noturno, liberando o paciente da necessidade de trocas durante o dia.
Como o tratamento é feito pelo próprio paciente ou por sua família, há maior liberdade para viajar, e maior independência em relação à clínica de diálise e à equipe médica e de enfermagem. Além disso, por ser uma terapia contínua, efetua a retirada constante de líquidos, substância tóxicas e sais minerais, o que possibilita maior liberdade de dieta. Por ser método mais suave, proporciona também maior preservação da função renal residual.
Não existe um tipo de diálise melhor do que a outra. Entretanto, de acordo com as condições clínicas de cada caso, pode haver preferência por ou outro método. Quem decidirá sobre a escolha do tratamento é o médico, em conjunto com o paciente e sua família, de acordo com o quadro clínico e o estilo de vida do paciente.
Em caso de dúvidas, consulte sempre o seu médico e informe-se sobre outros detalhes deste tratamento.

Dra. Maria Claudia Cruz Andreoli - Mestre em Nefrologia 
Dr. Marco Antônio Nadaletto
Serviço de Diálise Peritoneal do Hospital do Rim e Hipertensão
Fundação Oswaldo Ramos - UNIFESP/EPM.

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